Sagrado Coração de Jesus, rogai por nós!


“Contemplamos nas imagens do Sagrado Coração um Deus vitorioso, de olhar sereno e cheio de ternura”

A espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus é uma das maiores riquezas da Igreja, especialmente por se tratar da origem e da fonte de toda espiritualidade cristã. Partimos do centro do próprio Filho de Deus para desenvolver qualquer tipo de oração.

O lado aberto na cruz, o oferecimento, o amor salvífico são sinais presentes no Sagrado Coração. Ao contemplarmos o coração divino e humano de Jesus, estamos lembrando e atualizando todo o mistério pascal. É um coração, nós o vemos assim com a coroa de espinhos, o ferimento do lado, o sangue, o fogo, a cruz, e sobretudo, vivo e iluminado. Contemplamos nas imagens do Sagrado Coração um Deus vitorioso, de olhar sereno e cheio de ternura. Como é possível ser assim? Jesus, com todo sofrimento, é um vencedor… Se os vencedores no esporte ganham homenagens merecidas, o nosso Jesus merece muito mais, não é verdade? Tudo quanto é feito ainda é pouco. Quando estamos adorando Jesus eucarístico, estamos diante do Mistério insondável!

A presença eucarística é uma presença também sublime, de cura e restauração. Seria impossível racionalizar, pois já ouvimos dizer que a mesa eucarística é a nossa refeição. Também ouvimos que a ceia é um momento de confraternização. Ouvimos, ainda, sobre a dimensão festiva desse acontecimento. Muito bem! Reflexões teológicas são válidas, no entanto não podemos nos esquecer do Sagrado, os ” espaços” nos quais a nossa frágil e limitada razão não consegue penetrar com facilidade. Esses territórios santos, se assim podemos chamar, não aceitam a obstinada curiosidade do ser humano. Pela experiência de Deus, perce-bemos que somos criaturas e tudo é dádiva do criador. Como dizia santo Anselmo: “Deus é aquele do qual não podemos pensar nada maior.”

Assim sendo, se realmente Deus é Deus e nós somos suas criaturas, por que não adorá-lo? Adoração é um ato de amor primeiramente, e é necessário demorar-se com Deus. Na vida dos santos, os testemu-nhos são diversos e de uma riqueza sem limites. O Senhor conhece a cada pessoa e a respeita no mais íntimo do ser. Jesus atrai os pecado-res para a adoração eucarística e estes são transformados no Espírito.

Jesus disse: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu” (Jo 6,50). Os discípulos de Emaús adoraram o Senhor e ele desapareceu, mas o pão permaneceu no meio deles. As primeiras comunidades cristãs também adoravam em espírito o Cristo eucarístico. A adoração aos imperadores naquele tempo era pagã, fundamentada na subserviência e no medo. A adoração dedicada a Jesus eucarístico foi sempre uma atitude de amor verdadeiro, tanto na dimensão particular como na comunitária.

Portanto, a vitória de Cristo é a nossa conquista. Quando adoramos o Senhor, estamos sendo verdadeiramente vencedores, estamos abrindo as áreas de nosso intelecto para os raios da divina misericórdia, tranqüilizando o nosso interior e afastando o estresse, dilatando o nosso coração para o amor de Deus e unindo o nosso coração ao sagrado Coração. Enfim, estamos transformando nossas vidas em luzeiros incandescentes para iluminar o mundo!

Dom Paulo de Tarso Grandi
Mosteiro de São Bento, Vinhedo - SP

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